Faz tempo que quero escrever aqui sobre tudo o que temos visto e, alguns, participado do que está acontecendo no nosso país. Sinto um misto de alegria e medo de tudo, pois ainda acredito que as pessoas (a maioria) ficam confusas em relação as causas das manifestações. E, no final, tudo pode acabar em nada. --> Eu espero MUITO que não.
Ao escutar companheiros de passeata gritarem "o povo brasileiro acordou" fiquei indignada. Parece até que querem fazer jus ao dizer popular que brasileiro tem memória curta. O que não é totalmente mentira. Mas acho importantíssimo todo mundo ter consciência SIM de que fazemos parte da sociedade do pão e circo, do entretenimento. Afinal de contas, somos sim o país do futebol e as manifestações podem perder sua força com a transmissão eufórica do próximo jogo da Copa das Confederações por parte das emissoras de TV.
Foi muito importante ver, pela primeira vez, o maior jornal televisivo brasileiro fazer uma edição especial do noticiário com uma cobertura das manifestações e o seu editor chefe meio com cara blazé, parecendo não saber muito porque o seu jornal não estava passando as notícias de entretenimento do dia a dia... Pelo menos, essa foi a minha impressão. E as notícias que se seguiram nos grandes jornais e revistas sobre as questões das manifestações foram importantes também, mas é claro que houve uma informação tendenciosa também. E é aí que mora o perigo.
As manifestações começaram por conta do desrespeito ao cidadão no aumento "normal" das passagens do transporte "público", sem haver um aumento da qualidade dos mesmos. E não é de hoje que vemos isso, né?! Há muitas questões anteriores, como a questão da Linha 4 do metrô carioca com um projeto milionário e um trajeto sem sentido, a má qualidade dos nossos metrôs e a pouca quantidade de carros comparada à demanda da população por esse meio de transporte, enfim... Quem já viveu a experiência da lata de sardinha que é pegar o metrô do RJ às 18/ 19h, sabe do que estou falando. E quando se pensa que esse mesmo metrô vai ter sua rota estendida até a Barra da Tijuca... Fica quase impossível pensar em usar o metrô no Rio como um meio de transporte confortável no dia a dia. Outra questão é a respeito do aumento dos salários dos funcionários de ônibus e metrô que, segundo alguns com quem conversei, está na promessa há meses.
Resumindo, a conta não fecha; a paciência estourou e, graças ao poder de mobilização da internet, hoje, conseguimos nos organizar, de certa forma, para ir às ruas. Mas a falta de educação ainda provoca danos como o vandalismo, por parte da minoria participante dos protestos, e a tentativa da grande mídia de esvaziar o movimento legítimo por mais respeito e cidadania, tentando restringir o foco da questão a uma ou outra fala das autoridades, que fazem parte de uma proposta maior, mas que ela faz questão de tratar como avulsa. Pior ainda é a tentativa da mídia de bater na tecla de que as manifestações deveriam ser apartidárias, quase apolíticas... (?????)
Nós somos um povo de voz ou não? Claro que temos que ter a consciência e preferência por um partido ou outro! Não vamos deixar que nos coloquem no lugar de massa de manobra! Não vamos engolir mais PECs, políticos corruptos e autoritários. Esse é o discurso de uma ditadura e tenho certeza que não queremos viver isso de novo no país.
Vamos nos educar para podermos cobrar das autoridades o respeito que merecemos e a cidadania que é nosso direito. Mas tem que ter educação, amor e educação política...
ATENÇÃO! Nem tudo é divino e maravilhoso!
Encerro a reflexão por agora com esse vídeo maravilhoso da Helena Rego Monteiro.
quarta-feira, junho 26, 2013
É preciso educação para cobrar ou O caminho para a liberdade
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