domingo, fevereiro 17, 2013

Nem só de belezas vive o carnaval carioca

Praia, diversão, encontros inusitados nos blocos de carnaval, companhias divertidas e muita alegria... de um lado...

Do outro... muita sujeira na praia de Ipanema, carros do metrô lotados, ruas imundas e fedidas, muitas pessoas roubadas durante os festejos de carnaval e, pior, uma situação que se repete e ninguém faz nada para melhorar. E ainda assistimos uma matéria no jornal O Globo falando que a Liesa (Liga das escolas de samba) desconfia que as escolas de samba têm ligação com o jogo do bicho.... Mas sujeira, só que, nesse caso, é fora das praias ou das ruas. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Só rindo muito para não chorar e deixar passar essa matéria cara de pau de um dos jornais mais vendidos do país, não é? Todo mundo está careca de saber que as escolas de samba são bancadas e dirigidas, na maioria das vezes, por mandantes da máfia do bicho. A pergunta é, qual interesse do jornal de publicar essa notícia com dezenas de anos de atraso?

Para ter uma ideia melhor do que o jogo do bicho tem a ver com as escolas de samba, sugiro a leitura dessa rápida entrevista na Revista História.

Mais um carnaval que passou e me encontrou


Esse ano pensei em passar um carnaval tranquila. Na cidade do Rio de Janeiro onde, apesar do fervor carnavalesco, é possível fugir para outras programações além de cair na folia.

Uma tentativa levemente frustrada pois o carnaval entrou na minha estrada. Fugir? Impossível! Tive que seguir e esbarrei com "ele" várias vezes, começando pela Rua do Mercado, onde tem um dos melhores blocos do carnaval carioca, A Banda da Rua do Mercado. Muitas marchinhas, uma banda incrível de metais, além da bateria fenomenal. Um esquindô aqui, um trabalho ali, uma leitura acolá. Devagar e sempre para não cansar.

Tudo começou numa linda Carnavalança, um baile de carnaval para criança! Depois me esvaí de rir no Fogo e Paixão, deixando extravasar a paixão em encontros inesperados com personas como Cauby Peixoto, Elvis Prestley, Gretchen, e outras estrelas do brega. Fui surpreendida com a ilustre presença de Simoninha nessa ocasião que fez todos cantarem com emoção canções do grande Simonal, além da bateria de qualidade que fez a festa no Largo São Francisco. Tive a certeza que mamãe passou açúcar em muita gente vendo a beijação do carnaval... Isso que dá a falta de talco.

No sábado de carnaval me escangalhei com o convite feito por uma grande fotógrafa amiga minha, Érica Modesto, para assistí-la na jornada de fotografia para o bloco Escangalha. Realmente um grande presente para mim no carnaval 2013. Depois ainda vieram grandes surpresas com a simpatia do bloco Simpatia é quase amor que fez uma linda homenagem a Vinicius de Moraes esse ano. Foi bem emocionante.

Não só de farra é feito o carnaval. A loucura que é ver a política e esse bando de políticos da nossa cidade e do país fazendo uma palhaçada atrás da outra não fica esquecida. O Que Merda é Essa sempre tem um enredo político interessante e sai cantando pelas ruas de Ipanema, arrastando multidões que, muitas vezes, esquecem a reivindicação e só estão ali como foliões. Esse contexto de reivindicação através da arte combinou com a minha fantasia de grega esse ano, uma guerreira que luta, mesmo que com palavras, contra os absurdos políticos que assiste. Antes da quarta-feira de cinzas ainda fui beijada pela cinderela e floreci com o Rancho Flor do Sereno em Copacabana, na Avenida Atlântica.

Na sexta-feira pós-carnaval fui convidada por um Vinicius poetinha muito especial, o Ferreira, para ir a um bloco ver o Caetano Virado, uma experiência "tropicaliamente" sensacional. E no domingo, quando já havia voltado ao ritmo do dia-a-dia, o Galinha do meio dia me encontrou às 5 horas da tarde para relembrar que o carnaval é diversão e descontração. Talvez também para dizer que, no Rio de Janeiro, vai ter carnaval todo dia. Será?

Assim morro de tanto rir!!