Acabei de voltar de São Paulo onde fui no Museu da Lingua Portuguesa e, além de conhecer a proposta local, muito interessante, vi a exposição do Oswald de Andrade. Essa exposição está demais, e logo vai acabar. Tem muitas matérias feitas pelo jornalista, além de suas grandes poesias concretas e toda a sua defesa da antropofagia, com seu Manifesto Antropofágico.
"Há várias ideias que estão implícitas neste manifesto, onde Oswald se expressa de maneira poética. Estas não são exploradas com o sistemático do seu amigo Mário de Andrade. Uma destas ideias é conhecida da antropofagia e tem a ver com o papel simbólico do canibalismo nas sociedades tribais/tradicionais. O canibal nunca come um ser humano por nutrição, mas sim sempre para incluir em si as qualidades do inimigo ou de alguém. Assim o canibalismo é interpretado como uma forma de veneração do inimigo. Se o inimigo tem valor então tem interesse para ser comido porque assim o canibal torna-se mais forte. Oswald atualiza este conceito no fundo expressando que a cultura brasileira é mais forte, é colonizada pelo europeu mas digere o europeu e assim torna-se superior a ele: Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Matias. Comi-o." (14/02/2012 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Oswald_de_Andrade)
Além das suas obras e conceitos, também estava ali um pouco da vida do Oswald de Andrade. Foi então que vi que ele era casado com a Tarsila do Amaral. Hoje, vi que inaugura uma exposição inédita no Brasil, de 85 obras da artista, no CCBB, no Rio de Janeiro. Que coisa mais linda e que complementa a exposição que eu vi em SP. Afinal, Oswald e Tarsila se complementavam no trabalho!!
" Foi no Rio de Janeiro que, em 1929, Tarsila do Amaral fez sua primeira mostra individual no Brasil. Depois, expôs na cidade em 1933 e em 1969. Desde então, a artista modernista que talvez seja a mais frequente no imaginário popular nunca mais teve uma exposição na cidade. O CCBB vai quebrar o jejum de 43 anos com "Tarsila do Amaral — Percurso Afetivo", reunião de 85 obras da artista que será inaugurada hoje, às 19h, para convidados, e amanhã para o público. Há, no entanto, uma falta que será rapidamente identificada: "Abaporu" (1928), sua pintura mais famosa, não integra a exposição. Segundo o curador Antônio Carlos Abdalla, o colecionador Eduardo Costantini, dono da tela que é o carro-chefe de seu museu, o Malba, em Buenos Aires, não se mostrou muito "disposto" a um novo empréstimo da tela, que veio ao Brasil em 2008, para uma retrospectiva na Pinacoteca de São Paulo, e em 2011, para uma mostra em Brasília — na ocasião, aliás, a presidente Dilma Rousseff posou ao lado da pintura."
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