sábado, outubro 12, 2013

Vista pro mar

Hoje acordei com uma saudade danada da praia.... E, da janela, só vi prédios. 

Morar em São Paulo não é nada fácil para um coração essencialmente carioca. Alguém que gosta demais  de vida de flaneur e andarilha, de natureza.

Estou aqui há pouco mais de 6 meses ganhando bastante experiência de trabalho e amadurecendo pessoalmente também. Tá valendo toda a saudade que sinto do meu Rio de Janeiro com todas as suas características maravilhosamente provincianas e que me deixam a certeza de que a vida lá é mais saborosa que aqui.

A cidade cinza tem a sua beleza em toda a sobriedade de metrópole que oferece. Opções de tudo, das mais variáveis possíveis, mas talvez eu não precise de tudo isso.

A vida simples me agrada, principalmente com uma vista pro mar. Rsrsrs
Mar, aqui, não há...

quarta-feira, junho 26, 2013

É preciso educação para cobrar ou O caminho para a liberdade

Faz tempo que quero escrever aqui sobre tudo o que temos visto e, alguns, participado do que está acontecendo no nosso país. Sinto um misto de alegria e medo de tudo, pois ainda acredito que as pessoas (a maioria) ficam confusas em relação as causas das manifestações. E, no final, tudo pode acabar em nada. --> Eu espero MUITO que não.

Ao escutar companheiros de passeata gritarem "o povo brasileiro acordou" fiquei indignada. Parece até que querem fazer jus ao dizer popular que brasileiro tem memória curta. O que não é totalmente mentira. Mas acho importantíssimo todo mundo ter consciência SIM de que fazemos parte da sociedade do pão e circo, do entretenimento. Afinal de contas, somos sim o país do futebol e as manifestações podem perder sua força com a transmissão eufórica do próximo jogo da Copa das Confederações por parte das emissoras de TV.

Foi muito importante ver, pela primeira vez, o maior jornal televisivo brasileiro fazer uma edição especial do noticiário com uma cobertura das manifestações e o seu editor chefe meio com cara blazé, parecendo não saber muito porque o seu jornal não estava passando as notícias de entretenimento do dia a dia... Pelo menos, essa foi a minha impressão. E as notícias que se seguiram nos grandes jornais e revistas sobre as questões das manifestações foram importantes também, mas é claro que houve uma informação tendenciosa também. E é aí que mora o perigo.

As manifestações começaram por conta do desrespeito ao cidadão no aumento "normal" das passagens do transporte "público", sem haver um aumento da qualidade dos mesmos. E não é de hoje que vemos isso, né?! Há muitas questões anteriores, como a questão da Linha 4 do metrô carioca com um projeto milionário e um trajeto sem sentido, a má qualidade dos nossos metrôs e a pouca quantidade de carros comparada à demanda da população por esse meio de transporte, enfim... Quem já viveu a experiência da lata de sardinha que é pegar o metrô do RJ às 18/ 19h, sabe do que estou falando. E quando se pensa que esse mesmo metrô vai ter sua rota estendida até a Barra da Tijuca... Fica quase impossível pensar em usar o metrô no Rio como um meio de transporte confortável no dia a dia. Outra questão é a respeito do aumento dos salários dos funcionários de ônibus e metrô que, segundo alguns com quem conversei, está na promessa há meses.

Resumindo, a conta não fecha; a paciência estourou e, graças ao poder de mobilização da internet, hoje, conseguimos nos organizar, de certa forma, para ir às ruas. Mas a falta de educação ainda provoca danos como o vandalismo, por parte da minoria participante dos protestos, e a tentativa da grande mídia de esvaziar o movimento legítimo por mais respeito e cidadania, tentando restringir o foco da questão a uma ou outra fala das autoridades, que fazem parte de uma proposta maior, mas que ela faz questão de tratar como avulsa. Pior ainda é a tentativa da mídia de bater na tecla de que as manifestações deveriam ser apartidárias, quase apolíticas... (?????)

Nós somos um povo de voz ou não? Claro que temos que ter a consciência e preferência por um partido ou outro! Não vamos deixar que nos coloquem no lugar de massa de manobra! Não vamos engolir mais PECs, políticos corruptos e autoritários. Esse é o discurso de uma ditadura e tenho certeza que não queremos viver isso de novo no país.

Vamos nos educar para podermos cobrar das autoridades o respeito que merecemos e a cidadania que é nosso direito. Mas tem que ter educação, amor e educação política...

ATENÇÃO! Nem tudo é divino e maravilhoso!

Encerro a reflexão por agora com esse vídeo maravilhoso da Helena Rego Monteiro.

domingo, fevereiro 17, 2013

Nem só de belezas vive o carnaval carioca

Praia, diversão, encontros inusitados nos blocos de carnaval, companhias divertidas e muita alegria... de um lado...

Do outro... muita sujeira na praia de Ipanema, carros do metrô lotados, ruas imundas e fedidas, muitas pessoas roubadas durante os festejos de carnaval e, pior, uma situação que se repete e ninguém faz nada para melhorar. E ainda assistimos uma matéria no jornal O Globo falando que a Liesa (Liga das escolas de samba) desconfia que as escolas de samba têm ligação com o jogo do bicho.... Mas sujeira, só que, nesse caso, é fora das praias ou das ruas. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Só rindo muito para não chorar e deixar passar essa matéria cara de pau de um dos jornais mais vendidos do país, não é? Todo mundo está careca de saber que as escolas de samba são bancadas e dirigidas, na maioria das vezes, por mandantes da máfia do bicho. A pergunta é, qual interesse do jornal de publicar essa notícia com dezenas de anos de atraso?

Para ter uma ideia melhor do que o jogo do bicho tem a ver com as escolas de samba, sugiro a leitura dessa rápida entrevista na Revista História.

Mais um carnaval que passou e me encontrou


Esse ano pensei em passar um carnaval tranquila. Na cidade do Rio de Janeiro onde, apesar do fervor carnavalesco, é possível fugir para outras programações além de cair na folia.

Uma tentativa levemente frustrada pois o carnaval entrou na minha estrada. Fugir? Impossível! Tive que seguir e esbarrei com "ele" várias vezes, começando pela Rua do Mercado, onde tem um dos melhores blocos do carnaval carioca, A Banda da Rua do Mercado. Muitas marchinhas, uma banda incrível de metais, além da bateria fenomenal. Um esquindô aqui, um trabalho ali, uma leitura acolá. Devagar e sempre para não cansar.

Tudo começou numa linda Carnavalança, um baile de carnaval para criança! Depois me esvaí de rir no Fogo e Paixão, deixando extravasar a paixão em encontros inesperados com personas como Cauby Peixoto, Elvis Prestley, Gretchen, e outras estrelas do brega. Fui surpreendida com a ilustre presença de Simoninha nessa ocasião que fez todos cantarem com emoção canções do grande Simonal, além da bateria de qualidade que fez a festa no Largo São Francisco. Tive a certeza que mamãe passou açúcar em muita gente vendo a beijação do carnaval... Isso que dá a falta de talco.

No sábado de carnaval me escangalhei com o convite feito por uma grande fotógrafa amiga minha, Érica Modesto, para assistí-la na jornada de fotografia para o bloco Escangalha. Realmente um grande presente para mim no carnaval 2013. Depois ainda vieram grandes surpresas com a simpatia do bloco Simpatia é quase amor que fez uma linda homenagem a Vinicius de Moraes esse ano. Foi bem emocionante.

Não só de farra é feito o carnaval. A loucura que é ver a política e esse bando de políticos da nossa cidade e do país fazendo uma palhaçada atrás da outra não fica esquecida. O Que Merda é Essa sempre tem um enredo político interessante e sai cantando pelas ruas de Ipanema, arrastando multidões que, muitas vezes, esquecem a reivindicação e só estão ali como foliões. Esse contexto de reivindicação através da arte combinou com a minha fantasia de grega esse ano, uma guerreira que luta, mesmo que com palavras, contra os absurdos políticos que assiste. Antes da quarta-feira de cinzas ainda fui beijada pela cinderela e floreci com o Rancho Flor do Sereno em Copacabana, na Avenida Atlântica.

Na sexta-feira pós-carnaval fui convidada por um Vinicius poetinha muito especial, o Ferreira, para ir a um bloco ver o Caetano Virado, uma experiência "tropicaliamente" sensacional. E no domingo, quando já havia voltado ao ritmo do dia-a-dia, o Galinha do meio dia me encontrou às 5 horas da tarde para relembrar que o carnaval é diversão e descontração. Talvez também para dizer que, no Rio de Janeiro, vai ter carnaval todo dia. Será?

Assim morro de tanto rir!!





quinta-feira, janeiro 17, 2013

A gente não precisa só de piscinão



ESta semana vi muitas notícias sobre os tais piscinões que o Prefeito do Rio quer construir para tentar diminuir os danos causados pelas chuvas na cidade. Não posso negar que fiquei indignada e surpresa com essa proposta de solução dada para a cidade, quando, na verdade, há soluções muito mais eficazes e de longo prazo, muito mais simples de serem colocadas em prática. Acredito que a proposta do piscinão seria complementar às outras.

Que tal desentupir bueiros, ou dar uma destinação correta a todo o lixo produzido, ou investir num sistema de educação da população para dar a destinação correta ao lixo, e, ainda, investir num programa de fiscalização cidadã sobre o lixo da cidade, com premiações etc? E, paralelamente,  desconcretar algumas partes da cidade para que as ruas e calçadas absorvam as águas das chuvas e/ou criar um mecanismo de drenagem pluvial (como os incas, e outros povos antigos, faziam tão bem)... Enfim, essas soluções, realmente, dariam uma solução para a questão das enchentes urbanas.

Mas... até onde vai o interesse dos governantes em solucionar as questões de fato? Essa é uma pulga que vive na minha orelha há tempos e não há quem tire.  Tenho certeza, infelizmente, que uma boa parte de nossos governantes e tomadores de decisão o fazem com base em interesses escusos e não nas necessidades dos seus eleitores. E, enquanto for assim, muitas pessoas ainda vão morrer nas chuvas de verão, que ocorrem todos os anos desde a minha existência, vão perder tudo o que têm nas grandes enxurradas. Até quando?

Cabe a nós, nos juntarmos e pressionarmos as autoridades por mais ações eficazes para preparar as cidades para as épocas de chuvas. Isso é o mínimo.

Como fazemos? Quero sugestões!!