terça-feira, julho 18, 2006

Descobertas do Monte

No dia em que acordou tudo havia passado.
Percebeu que, do alto de seu sonho, não avistava mais o monte.
O nó de sua barriga se desfazia pouco a pouco.
Entrara num mundo novo e, por mais que tentasse ser uma linha reta, descobria nós e nódulos a serem desfeitos.
Como se de repente levasse um sacode e acordasse para tudo, para uma outra realidade, diferente da sua, onde reina a efemeridade com suas bases insólitas. Onde tudo o que é sólido desmancha no ar.
Apesar da dificuldade de construir uma linha reta, sem nós, sólida e rígida o bastante para não se quebrar, o contínuo desfazer dos nós se constrói e reconstrói.
É quando se busca sempre conhecer o indizível, onde se caminha por sobre cascas de ovos para o saber pleno que satisfaz e, percebe que o monte faz parte da realidade do interior do ser.
Na busca da delicadeza e da diplomacia do bem viver.

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