domingo, janeiro 30, 2011

Mobilização pela Cidadania a favor da responsabilidade pública


Aconteceu no domingo 23 de janeiro, no Rio de Janeiro, a ação Mobilização pela Cidadania, na Praia de Ipanema/Leblon. A ação de intervenção social e passeata reivindicava a responsabilização e a maior ação dos governantes brasileiros com relação aos desastres que ocorreram na Região Serrana do Rio de Janeiro, e ocorrem todos os anos, na época de chuvas no Brasil. O objetivo maior do grupo foi arrecadar assinaturas para dar entrada com uma ação no ministério público federal, pedindo a apuração dos culpados pelas mortes ocorridas recentemente na Região Serrana, com base na LC 75/ 93 das Constituições Federal e Estadual do Rio de Janeiro.


A mobilização teve início por volta das 10 horas da manhã, com a concentração e organização dos membros do grupo. Por volta das 11 iniciou-se a intervenção com os passantes da pista restrita das praias de Ipanema/ Leblon. Quando o carro de som chegou, em torno de meio dia, iniciou-se uma passeata que foi desde o Jardim de Alah, em Ipanema, até o final do Leblon, na altura da rua onde mora o Governador Sérgio Cabral. Nesse local, o carro de som estacionou e, ao som da marcha fúnebre, houve depoimentos dos manifestantes do grupo, entre eles estavam o ator Carlos Vereza e o Coronel Paulo Ricardo Paúl, que fez um discuro emocionante em favor da responsabilização e apuração das mortes na Região Serrana, recebendo aplausos dos passantes.


A intenção da manifestação é que os governantes, que não tomam as medidas cabíveis para evitar as catástrofes trazidas com as chuvas, que se repetem todos os anos, sejam realmente culpados e punidos. Dessa vez as águas da Região Serrana fizeram soterradas áreas inteiras, com moradias e famílias, que talvez nunca sejam achadas. “Tenho amigo que mora em Tersópolis e perdeu todos os vizinhos de uma comunidade que havia ao lado de sua casa. A favela sumiu e os moradores mortos foram soterrados.”, depôs uma das participantes do movimento. “Nossa união foi devido a essa catástrofe acontecida na região serrana, a maior ocorrida no país até hoje.”, comentaram alguns dos participantes. A população local já fala em 3000 mortos.


Outra reivindicação do grupo é que sejam levados em consideração os estudo ambientais já existentes dessa região, que já estão nas mãos do Governo, e que seja tomada alguma atitude. “A UFRJ realizou um estudo das áreas de risco do Rio de Janeiro em 2007, e entregou ao Governo em 2008 para que ações fossem tomadas, desocupando as áreas de risco e realocando os moradores. Mas, até agora, nada foi feito. Aí está a omissão!”, explicou Marcos Maher, um dos administradores mais antigos da comunidade Revoltados Online e do blog Revoltados.Com. “Eles diluem a culpa entre os moradores…”, lamenta a participante Eliana Zuckermann.


O forte poder das redes sociais na mobilização nacional


O grupo que organizou a Mobilização pela Cidadandia é formado por artistas, professors, psicólogos, economistas, jornalistas, entre outros, que dá um caráter multidisciplinar ao manifesto, que iniciou-se e organizou-se na internet. São pessoas de diversos estados do Brasil que se uniram contra a omissão, descaso e negligência das autoridades públicas através da comunidade Revoltados Online, na rede social Facebook. “A força da internet é indiscutível!”, argumenta a participante Regina Pavanelli.


Sou brasileira e cansei de ficar esperando uma ação mais contundente das autoridades, enquanto elas só votam a favor de seus próprio benefícios.”, disse Pavanelli, artista plástica e professor de história. “Agora, todos sentiram no bolso os estragos dessa catástrofe. Pois atingiu casas e famílias de ricos e pobres no mesmo nível.”, continuou Pavanelli. Para a participante Meire Ferraz, que veio do Mato Grosso do Sul para a mobilização, fazer parte do grupo Revoltados Online proporcionou uma grenade identificaçãi de interesses e uma ótima forma de reivindicar uma maior ação dos governantes e export sua indignação com a inércia dos cidadãos diante de tanta corrupção. “O furúnculo vazou e nós estamos indignados com a forma com que somos tratados.”, argumenta Meire.


No dia 1ø de fevereiro, dia em que deputados e senadores eleitos tomam posse, o grupo fará uma outra mobilização em frente à Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro.

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