terça-feira, fevereiro 08, 2011

Grandes mudanças - Redes Sociais contribuem para fortelecer as mobilizações reais



Semana passada vi um post, via Facebook, de um artigo da revista The Newyorkers, onde falava-se que as mídias sociais não vão conseguir causar uma revolução, apenas uma pequena mudança.  Não concord com essa afirmação, pois acho a potencialidade de ação via twitter, facebook e linked in muito boas. Claro que a força da revolução propriamente dita, está nas mobilizações ao vivo, no entanto, o twitter e o facebook podem mobilizar milhões, em segundos, tendo um alcance inimaginável em outros tempos.

É bem verdadeira a afirmação de que as mobilizações reais e ao vivo têm muito mais força, a curto pazo, do que as virtuais, como descrito no artigo Small Change publicado no The New Yorkers, porém com um alcance muito menor do que a mobilização virtual teria. É importante ter essa questão em mente para não esquecer da importância dese contato ao vivo.

Com o advento da internet e o fortalecimento das mídias sociais como meios de reivindicação, tenho a impressão de que as pessoas ficaram cada vez mais adeptas ao contato virtual, por qualquer que seja o moivo, do que para o contato ao vivo. O encontro que se dá fisicamente pode ter uma imensidade de variações do que o virtual. E o artigo do The New Yorkers explicita isso com clareza.

No texto, o autor volta à década de 1960, numa universidade norte-americana, para falar das mobilizações a favor da igualdade racial, o que naquela época não acontecia de fato. Os Estados Unidoa viviam o tempo do apartheid, com vidas separadas para negros e brancos. Nessa universidade, alguns estudantes negros iniciaram uma mobilização pacífica, sentando na parte do refeitório destinada aos cidadãos de cor branca e só se levantavam após o fechamento do estabelecimento. Essa attitude foi se repetindo dia após dia, ganhando, cada vez mais, simpatizantes, e se extendendo de território também. Até que essa manifestação ganhou adeptos no estado inteiro e ficou conhecida nacionalmente.

Se essa manifestação fosse colocada na web, via redes sociais, enquanto acontecia a coisa viva, talvez tivesse ganhado adeptos de todo o mundo e a nova percepção que o movimento difundiu estaria na boca e na mente de muitos indivíduos. Disso poderiam ter resultado presses por soluções mais Justas e com mais agilidade.

O caso do Egito, hoje, mostra a importância de manifestações físicas para lutar por mudanças. Paralelo a isso, as redes sociais vêm complementar essa força, contribuindo para mobilização de muitas pessoas, de outras partes do mundo. Por isso, digo ao autor Malcolm Gladwell, do artigo Small Changes - http://www.newyorker.com/reporting/2010/10/04/101004fa_fact_gladwell?printable=true - que ele está tendo uma visão míope do objetivo de cada meio mobilizador. Mas achei sua reflexão importante de ser dividida.

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