quarta-feira, maio 09, 2012

Patativa do Assaré: uma das histórias que o Brasil esqueceu contada magnificamente nos palcos

Há 2 semanas tive o privilégio de assistir a um dos melhores espetáculos teatrais que já vi até hoje. - Concerto de Ispinho e Fulô, da Cia Tijolo, de São Paulo. De forma linda, profunda e leve contaram a estória do poeta sertanejo Patativa do Assaré e do Sítio Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, a 40 minutos do Crato, no Ceará.

O Sítio Caldeirão do Deserto foi uma comunidade do interior do Ceará que vivia com leis próprias e com trabalhadores que não queriam se envolver com a sociedade além sítio. O que aconteceu foi que o Governo Getúlio Vargas, temendo que esta pequena comunidade se tornasse um outro Canudos, mandou destruir esse local. O Sítio foi bombardeado por aviões e massacrado por solo pelo exército na década de 30 com a justificativa de um medo do governo de que aquelas pessoas se rebelassem, como havia acontecido em Canudos. Foi uma grande chacina devidamente APAGADA da história do Brasil e do Ceará.

Apesar de não haver livros que contem essa história de resistência tão importante para o nosso país, uma vez que, hoje, resiste-se pouco a qualquer aberração proposta pelos governos e realizadas pelas autoridades brasileiras, Assaré e o Sítio do Caldeirão do Deserto ficaram eternizados e enaltecidos nos repentes sofridos de Patativa do Assaré.

Para saber sobre o Massacre do Sítio Caldeirão do Deserto, em Assaré, e conhecer mais da nossa história, clique aqui.

Com humor e descontração, a Cia Tijolo contou magnificamente a história de Patativa, seu sofrimento e seu amor po Assaré. Uma belíssima história de vida e resistência, de amor ao nosso país e a força e beleza da nossa cultura brasileira que merece ser contada em livros, cantigas, repentes e, por que não, ser incluida nas aula de História do Brasil. Uma peça que traz de volta o valor da cultura popular e faz uma boa referência à importância dos cearenses para a mão de obra no estado de São Paulo hoje.

Esse projeto iniciou da vontade de Dinho Lima Flor, ator, contar a história de Patativa do Assaré. A partir daí juntou-se atores de vários estados brasileiro e muita vontade de contar a história que a HISTORIA fez questão de esquecer. Além de toda essa riqueza, a peça ainda traz de volta a importância do rádio como principal meio de comunicação dessa época, comunicação de fatos e de tendências culturais. Nossa, como amei essa peça. Não sei quando vão se apresentar de novo, mas, se eu pudesse, investiria nesse espetáculo! Quem sabe através de croudsourcing?

Para conhecer mais sobre o projeto da peça, clique no Blog Concerto de Ispinho e Fulô


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