sexta-feira, maio 18, 2012

Precisa-se de mudança cultural para novo consumo

No último dia 14 de maio, foi comemorado os 20 anos do CEMPRE(Compromisso Empresarial para reciclagem), ou seja, 20 anos de investimento das empresas em reciclagem.  Eu fui lá conferir os avanços da reciclagem no mundo corporativo e fiquei feliz por um lado. Há empresas investindo me reciclagem aqui no Rio e investindo na capacitação dos catadores de lixo também. Isso é bom porque os catadores são os personagens principais do ciclo da reciclagem no momento.

São eles os responsáveis por coletar o lixo seco para dar a destinação mais apropriada, apesar de fazerem parte de uma classe em estruturação ainda. Eles fazem o papel que empresas de coleta de lixo já deveriam estar fazendo e parece que não estão. Nesse evento pude descobrir que não há um interesse verídico das empresas em fazerem essa coleta seletiva porque o preço pag pelo lixo é calculado em cima da quantidade contida em cada caminhão. Dessa forma, se o lixo é separado, os caminhões vão conter menos lixo por unidade, né?

Mas numa época em que se fala tanto em sustentabilidade e no consumo consciente, quando a lei de Resíduos Sólidos foi aprovada, por que não investir na coleta seletiva do lixo e repartir lucros com os stakeholders deste proceso, levando em consideração o ciclo de vida de um produto e logística reversa? Talvez muitas empresas ainda não tenham percebido a importância de focar no reaproveitamento e reuso do lixo, e não tenham em mente o valor que os resíduos têm... Talvez por conta do valor cultural do lixo na nossa sociedade, equivalente a 0 ou negativo.

Inicialmente fiquei chocada de nenhum representante de empresas coletoras de lixo, com a Comlurb, estarem participando do evento. Tudo ficou mais claro depois de entender os interesses políticos que permeiam o mundo da reciclagem e da coleta de lixo. Saí com a certeza de que, enquanto a cultura do consumo não mudar, e os nossos valores com relação a lixo e os profissionais que trabalham na coleta e tratamento do lixo, o descarte ainda será feito de maneira errada e as grandes empresas ainda vão focar no consumo enlouquecido e na obsolescência planejada de cada um deles.

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