terça-feira, fevereiro 14, 2012

Modernistas da Semana de Arte Moderna se encontram da Ponte Aérea ao CCBB

Acabei de voltar de São Paulo onde fui no Museu da Lingua Portuguesa e, além de conhecer a proposta local, muito interessante, vi a exposição do Oswald de Andrade. Essa exposição está demais, e logo vai acabar. Tem muitas matérias feitas pelo jornalista, além de suas grandes poesias concretas e toda a sua defesa da antropofagia, com seu Manifesto Antropofágico.

"Há várias ideias que estão implícitas neste manifesto, onde Oswald se expressa de maneira poética. Estas não são exploradas com o sistemático do seu amigo Mário de Andrade. Uma destas ideias é conhecida da antropofagia e tem a ver com o papel simbólico do canibalismo nas sociedades tribais/tradicionais. O canibal nunca come um ser humano por nutrição, mas sim sempre para incluir em si as qualidades do inimigo ou de alguém. Assim o canibalismo é interpretado como uma forma de veneração do inimigo. Se o inimigo tem valor então tem interesse para ser comido porque assim o canibal torna-se mais forte. Oswald atualiza este conceito no fundo expressando que a cultura brasileira é mais forte, é colonizada pelo europeu mas digere o europeu e assim torna-se superior a ele: Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Matias. Comi-o." (14/02/2012 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Oswald_de_Andrade)

Além das suas obras e conceitos, também estava ali um pouco da vida do Oswald de Andrade. Foi então que vi que ele era casado com a Tarsila do Amaral. Hoje, vi que inaugura uma exposição inédita no Brasil, de 85 obras da artista, no CCBB, no Rio de Janeiro. Que coisa mais linda e que complementa a exposição que eu vi em SP. Afinal, Oswald e Tarsila se complementavam no trabalho!!

" Foi no Rio de Janeiro que, em 1929, Tarsila do Amaral fez sua primeira mostra individual no Brasil. Depois, expôs na cidade em 1933 e em 1969. Desde então, a artista modernista que talvez seja a mais frequente no imaginário popular nunca mais teve uma exposição na cidade. O CCBB vai quebrar o jejum de 43 anos com "Tarsila do Amaral — Percurso Afetivo", reunião de 85 obras da artista que será inaugurada hoje, às 19h, para convidados, e amanhã para o público. Há, no entanto, uma falta que será rapidamente identificada: "Abaporu" (1928), sua pintura mais famosa, não integra a exposição. Segundo o curador Antônio Carlos Abdalla, o colecionador Eduardo Costantini, dono da tela que é o carro-chefe de seu museu, o Malba, em Buenos Aires, não se mostrou muito "disposto" a um novo empréstimo da tela, que veio ao Brasil em 2008, para uma retrospectiva na Pinacoteca de São Paulo, e em 2011, para uma mostra em Brasília — na ocasião, aliás, a presidente Dilma Rousseff posou ao lado da pintura."

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/mostra-no-ccbb-reune-85-obras-de-tarsila-do-amaral-3954386#ixzz1mJtMtf00
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